sábado, 28 de fevereiro de 2009

Bons ventos para a energia eólica brasileira

Pás do parque eólico de Osório, no Rio Grande do Sul. As pás, movimentadas pelo vento, comunicam-se com turbinas chamadas aerogeradores, instaladas normalmente logo atrás das pás, que transformam a energia de movimento em energia elétrica. Foto de Heitor Carvalho Jorge. Fonte: Wikipedia.

Parece que o governo quer mesmo fomentar o desenvolvimento da energia eólica (energia do vento) por aqui. Resolveu fazer um leilão para contratação de fornecimento de energia específico para ela. Deveria ter começado hoje, dia 28, mas no último dia 19 o governo adiou o período de consulta pública para até dia 15 de março. A idéia é contornar as dificuldades do alto custo dessa fonte de energia e promover o investimento na mesma.

Leilões para contratação de energia, no estilo atual, são feitos periodicamente desde dezembro de 2004. O governo faz um planejamento de quanta energia elétrica o país precisará e convoca um leilão para as empresas produtoras darem seus lances. Os contratos serão firmados com as empresas que derem os menores preços, satisfeitas as condições específicas.

O planejamento e os leilões têm seções para cada tipo de fonte de energia: hidrelétrica, termelétrica, eólica (energia do vento). A energia eólica, porém, ainda é muito cara em comparação com as outras, o que faz com que as empresas que nela investem tenham dificuldades em conseguir vender sua energia. Elas já chegaram a ficar de fora de leilões, como aconteceu em 2007.

Que a energia eólica pode se tornar viável economicamente, dependendo do país, é atestado pelo que acontece em vários lugares. Em 2008, a capacidade de produção mundial aumentou 28,8%, segundo o site Ambientebrasil, tendo crescido mais nos Estados Unidos e na China. Efeito da procura por fontes renováveis de energia. Na Alemanha, 23% da energia consumida tem origem eólica.

Já o Brasil, tem muito vento. As usinas têm que escolher os locais em que as suas características sejam apropriadas – como ter boa velocidade e ser suficientemente constante. O maior potencial está no Nordeste.


Por que eólica

E por que investir em energia eólica, se é mais cara? Uma razão é diversificar as fontes energéticas, já que as derivadas do petróleo tenderão a ficar cada vez mais caras, assim que o produto começar a ficar mais raro. Isso vale também para o gás natural, encontrado junto com o petróleo – não só por ser finito: os problemas políticos na Bolívia, o principal fornecedor do gás ao Brasil, têm levado a Petrobras a procurar fontes alternativas de gás, como a importação de gás liquefeito de outros países via navio.

Isso é importante, porque o Brasil tem aumentado o gás natural como fonte de energia elétrica (em usinas termelétricas) por causa do aumento da demanda por energia, que deverá crescer mais rápido que o planejamento de construção de usinas hidrelétricas poderá acompanhar. A construção de termelétricas é uma das estratégias para se evitar a repetição do “apagão” de 2001.

Outra vantagem da energia eólica é substituir combustíveis fósseis (diesel, carvão), que aumentam a quantidade de gás carbônico (CO2) na atmosfera terrestre. As emissões de CO2 alteram o equilíbrio do efeito-estufa, pelo qual a presença do CO2 e de outros gases e vapores (como metano e vapor d’água) na atmosfera terrestre mantém a temperatura mais ou menos estável. O resultado é o aquecimento do planeta – o tão falado “aquecimento global” –, que provoca várias mudanças climáticas e pode levar a uma elevação sensível do nível das águas dos oceanos, inundando cidades costeiras.

Sobre isso, o leitor Luiz Alberto Magri me enviou um artigo (em inglês) publicado pelo instituto canadense C. D. Howe, que faz uma comparação entre os custos de diferentes fontes de energia renovável que o governo do Canadá fomenta (como aquecimento solar, biomassa e adição de tecnologias mais eficientes a aparelhos já existentes, ou “retrofitting”).

Em certo ponto, nesse artigo, são comparadas as eficiências dessas fontes energéticas em reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Na página 16, há uma tabela que resume essas informações.

Vejamos alguns números para fontes de energia usadas no Brasil. Segundo o artigo, caso a energia eólica substitua a do gás natural, ela é capaz de reduzir em 95% a emissão de CO2 para a atmosfera. A solar pode reduzir em até 76%. O biogás, 67%. Já se for substituída a energia derivada do carvão, a energia eólica chega a 98% de redução e a solar, a 91%. O biogás, 87%.

Esses valores não podem ser transferidos automaticamente para o Brasil, pois o gás do Canadá é diferente do gás brasileiro e do boliviano (importado pelo Brasil) e as tecnologias de produção de energia a partir dessas fontes também são outras. Mas o estudo dá uma idéia da diferença entre as diversas fontes em termos de emissão de CO2.

2 comentários:

  1. Como posso fazer uma miniatura para uma feira de ciências?

    ResponderExcluir
  2. como eu faço a conclusao de um trabalho de energia eólica e de biomassa?

    ResponderExcluir