quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O maior distribuidor de imagens de satélites

Surpreendam-se os que forem brasileiros (eu me surpreendi). Qual é o país maior distribuidor de imagens de satélites artificiais do mundo? Os EUA, certo?

Não. É o Brasil.

Pelo menos, é o que diz um artigo na Folha de S. Paulo de hoje (dia 19), pág. A3, sobre a cooperação entre Brasil e China para construção e lançamento de satélites artificiais, o CBERS . Assinado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e pelo da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende. Há uma cópia gratuita online na seleção de notícias do MRE. Segundo o texto, desde junho de 2004, foram 500 mil imagens distribuídas gratuitamente pela Internet para vários países do mundo - inclusive países afastados, como alguns da África -, para monitoramento ambiental, agrícola etc.

Claro que, imediatamente, lembro-me do Google Earth e do seu ritmo alucinante de distrubuição de imagens de satélites. Nem ouso fazer contas. Provavelmente os ministros estão falando apenas de distribuição de imagens pelo poder público e coisas como o Google Earth não entram nessa contabilidade.

A parceria envolve, no Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE. Foram lançados já três satélites nessa parceria, desde 1999. O segundo encerrou o funcionamento no último dia 15 de janeiro. Estão previstos mais dois, para serem lançados em 2011 e 2014.

Outra coisa interessante, da qual me dei conta em leituras sobre isso no ano passado, é que a cooperação científica entre países do Terceiro Mundo é um assunto recente, muito pouco estudado e, até onde pude averiguar, ainda sem uma teoria suficientemente desenvolvida. Tema esperando por pesquisadores que nele se debrucem. Há algumas teses publicadas, como a de Edmilson de Jesus Costa Filho, que a defendeu pela Unicamp em 2006 - justamente sobre o CBERS, mas também contribui para a construção de um arcabouço conceitual para cooperação no setor espacial.

Um comentário:

  1. Olá, Belisário. O google Earth usa um recurso interessante e "espertinho". As empresas que fornecem imagens (de alta qualidade) de satélite para serviços diversos, repassam para a Google em formato simples, sendo usado no Google Earth posteriormente. Sendo assim, sempre que alguma prefeitura ou empresa compra imagens de satélite, a Google vai na "carona", alimentando seu ótimo programa com baixo custo e muita esperteza. Percebi isso quando minha cidade comprou imagens, e poucos meses depois, o google earth que não tinha nenhuma imagem dela passou a tê-lo. Perguntamos á fornecedora de imagens, e ela disse que era isto o "esquema" da Google pra alimentar o ótimo programa.

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